Intensifica-se o debate sobre a mineração em alto-mar

A mineração em alto-mar ajudará ou piorará a crise climática?

Na última década, houve uma discussão contínua sobre a mineração de nódulos polimetálicos em águas profundas e seus efeitos sobre o ecossistema do oceano.

O nódulo polimetálico é rico em manganês, níquel, cobalto e cobre. Esses são alguns dos materiais mais importantes usados para criar painéis solares, turbinas eólicas e carros elétricos.

Os defensores da mineração em alto-mar afirmam que esses minerais podem substituir os setores que emitem carbono. Como usinas de energia, fábricas e caminhões.

As empresas de mineração argumentam que a extração desses nódulos polimetálicos deve ser uma prioridade máxima em escala mundial. O argumento é que a mineração em terra para atender à crescente demanda por esses minerais significaria um impacto ambiental significativo.

E que a mineração em águas profundas é, portanto, um método geral menos prejudicial para a obtenção de minerais suficientes. Embora o CEO da empresa Metals, Gerard Barron, não tenha garantido um impacto de 0%, ele prevê que as atividades serão mínimas e gerenciáveis.

Entretanto, aqueles que se opõem argumentam que essa não é uma alternativa adequada, pois a mineração em águas profundas pode ter repercussões destrutivas para o ecossistema do oceano. Eles argumentam que os nódulos polimetálicos são locais de fixação essenciais para uma série de organismos que não podem viver diretamente na lama.

Esses habitantes incluem polvos, bem como anêmonas, esponjas, corais, vermes nematóides e pequenos tardígrados. Além disso, de acordo com os cientistas, ainda há um grande número de espécies não descobertas no abismo. Eles também afirmam que não há pesquisas significativas para explorar o impacto duradouro que a mineração em águas profundas poderia causar.

A ISA

De 21 de março a 1º de abril, a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA) realizou uma reunião em sua sede em Kingston, Jamaica. O objetivo era finalizar as regras e regulamentações da mineração em águas profundas.

No entanto, as negociações não foram bem-sucedidas e devem se reunir novamente em julho de 2023. Muitos criticaram o secretário-geral da ISA, Michael Lodge, por apressar a decisão e estão pedindo uma proibição ou suspensão temporária até que mais pesquisas estejam disponíveis.

De acordo com um memorando, a República de Nauru declarou que, se nenhuma estrutura legal for estabelecida até julho de 2023, qualquer pedido de mineração apresentado deverá ser aprovado imediatamente. Permitindo que a extração seja feita já em 2024.

Até o momento, um porta-voz da ISA declarou: "Os regulamentos só serão aprovados se os membros da ISA chegarem a um consenso sobre seu conteúdo".

Até o momento, foram concedidos mais de 20 contratos de exploração para explorar a zona Clarion-Clipperton.

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